Nesta segunda-feira, 17 de agosto, o Brasil celebra o Dia Nacional do Patrimônio Histórico – uma homenagem ao historiador e jornalista mineiro Rodrigo Melo Franco de Andrade, primeiro presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A data comemorativa foi criada em 1998, ano do centenário de nascimento de Andrade, que foi um grande defensor do Patrimônio Cultural Brasileiro.

Essa preservação passou a ser realizada oficialmente em 1937, ou seja, há 83 anos, com a criação do Iphan que desde então tem tido um papel fundamental na preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. E a Igreja no Brasil também tem seu papel nessa preservação já que proprietária e mantenedora de muitos bens culturais materiais e imateriais que constituem uma riqueza importante na história do país.

Foto: Divulgação

“A Igreja Católica no Brasil possui a custódia de grande parte do patrimônio histórico do país. Portanto, possui o dever de preservar os seus bens culturais, através, da promoção do conhecimento sobre o patrimônio, da salvaguarda do patrimônio material e imaterial e da recuperação dos bens danificados pelo tempo ou incúria humana”, enfatiza o padre Danilo Pinto, assessor do Setor Bens Culturais e Universidades da Comissão Episcopal Pastoral para Cultura e Educação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

O Setor tem o papel de cuidar, fomentar e manter a preservação do patrimônio material e imaterial da Igreja no Brasil como explica o assessor da comissão, padre Danilo.

“A Igreja no Brasil, através do Setor Bens Culturais da CNBB, tem buscado conscientizar o episcopado brasileiro, institutos de educação superior católicos e seminários de formação presbiteral sobre a importância da formação dos sacerdotes/gestores eclesiais e da sociedade como um todo através da valorização e cuidado do patrimônio histórico que encontra-se sob a responsabilidade das arquidioceses e dioceses do país. Para tanto, foi enviado recentemente uma missiva recordando da responsabilidade e apresentando a minuta de uma disciplina que pode ser executava como curso de férias, extensão acadêmica ou, mesmo, integrar a grade curricular das graduações em Teologia ou Arquitetura”, afirma.

Para celebrar o Dia do Patrimônio Histórico, a comissão vai realizar na próxima quarta-feira, dia 19 de agosto, um webinar que vai ter como tema: “O documento histórico como bem cultural da Igreja”.

O bate papo terá como convidados, o historiador e restaurador do Laboratório Eugênio da Veiga da UCSAL, Pedro Conte; o diretor do Arquivo Eclesiástico da Arquidiocese de Mariana (MG), Monsenhor Luiz Antônio R. Costa e o diretor do Arquivo Metropolitano da Arquidiocese de São Paulo (SP), Jair Mongelli.

O webinar será mediado pelo padre Danilo Pinto às 17h no canal do Youtube da Comissão para Cultura e Educação da CNBB.

Segundo dados da Secretaria Especial da Cultura, vinculada ao Ministério do Turismo, o Iphan possui a tutela de mais de 45 mil bens imóveis tombados, inseridos em 86 conjuntos urbanos tombados; um sítio paleontológico; 77 conjuntos arquitetônicos; 33 conjuntos rurais; 449 edificações; 393 edificações e seus acervos; 13 jardins e parques históricos; um quilombo; 30 ruínas; cinco sítios arqueológicos; nove terreiros; 24 patrimônios naturais; 29 acervos; 63 bens móveis e integrados e 45 equipamentos urbanos.

Rodrigo Melo Franco de Andrade

Advogado, jornalista e escritor, Rodrigo Melo Franco de Andrade nasceu em Belo Horizonte (MG), em 17 de agosto de 1898, e foi contemporâneo de grandes nomes do cenário nacional, como Cândido Portinari, Manuel Bandeira e Mário de Andrade. Andrade foi redator-chefe e diretor da Revista do Brasil e, na política, chefe de gabinete de Francisco Campos, no Ministério da Educação e Saúde Pública, criado em 1930, no governo Getúlio Vargas.

Durante a gestão de Gustavo Capanema no Ministério da Educação e Saúde Pública (1934-1945), participou do grupo de artistas e intelectuais modernistas, quando se tornou o maior responsável pela consolidação jurídica do tema Patrimônio Cultural no Brasil e pela criação do Iphan, em 1937, tarefa que desempenhou até 1967. Seu legado se confunde com a trajetória da preservação do patrimônio cultural no País, a ponto de simbolizá-la. Rodrigo Melo Franco de Andrade faleceu no Rio de Janeiro, em 1969.

O Iphan e a preservação do patrimônio

Criado em 1937, o Iphan tem uma importante e desafiadora missão: promover e coordenar o processo de preservação dos bens culturais do Brasil para fortalecer identidades, garantir o direito à memória e contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do País.

Em seu esforço para a preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro, o Iphan possui a tutela de mais de 45 mil bens imóveis tombados, inseridos em 86 conjuntos urbanos tombados. O Instituto tem ainda tombados um sítio paleontológico, 77 conjuntos arquitetônicos, 33 conjuntos rurais, 449 edificações, 393 edificações e seus acervos, 13 jardins e parques históricos, um quilombo, 30 ruínas, cinco sítios arqueológicos, nove terreiros, 24 patrimônios naturais, 29 acervos, 63 bens móveis e integrados e 45 equipamentos urbanos.

Além disso, o Iphan busca preservar e valorizar o patrimônio formado pelas ferrovias – composto por mais de 600 bens – e pelos barcos tradicionais criados por carpinteiros e artesãos, mestres e pescadores brasileiros, e tombou quatro embarcações de uso tradicional no Brasil: luzitânia (canoa de tolda utilizada na região do baixo rio São Francisco, em Sergipe), dinamar (canoa costeira que navega na Baía de São Marcos, no Maranhão), sombra da lua (saveiro de vela de içar, do Recôncavo Baiano) e tradição (canoa pranchão utilizada nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina).

Também estão sob a proteção do Iphan 38 bens culturais imateriais registrados, sendo nove celebrações, 15 formas de expressão, 11 saberes e três lugares. O Brasil tem ainda 25 bens na Lista do Patrimônio Mundial reconhecidos pela Unesco, sendo cinco imateriais e 20 culturais e naturais.

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