Longe de ser lugar de “coisa velha” ou um mero repositório do passado, o museu possui propósitos educativos, acadêmicos e de entretenimento, sendo uma instituição que desde a sua origem até os dias atuais passou por várias transformações, sempre a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento. Na Grécia Antiga, onde tem origem a palavra museu[1], o templo das musas não era destinado à reunião de coleções postas à disposição do público, mas aos estudos científicos, literários e artísticos, finalidade que muito se aproxima da concepção contemporânea de museu.

Apesar dos diversos significados que o museu adquiriu ao longo da história, inegável a importância do seu papel para a construção da identidade e cultura das comunidades a que servem, para a educação, para a preservação da memória e para estabelecer conexões entre passado, presente e futuro.

Do Mouseion, passando pelas coleções principescas do Século XIV à abertura destes acervos ao público no final do Século XVIII, surgiram vários tipos de museus, classificados de acordo com as especialidades e objetivos das suas coleções. Podemos encontrar, atualmente, museus de caráter artístico, histórico, de ciência e tecnologia, de ciências naturais e biológicas, museus comunitários, e muitos outros. Entre essas tipologias cabe destacar uma categoria, os museus eclesiásticos, que além dos objetivos comuns acima, possuem também uma função pastoral.

O contexto atual, de isolamento e distanciamento social em razão da pandemia do COVID-19, fez com que diversos museus, em todo o mundo, fechassem as suas portas ao público, e trouxe para muitos gestores o desafio de manter essas instituições acessíveis através das novas tecnologias. Segundo D. Gregório Ben Lamed, bispo de Petrópolis e referencial do Setor Bens Culturais da CNBB, “fecharam-nos as portas dos museus, mas nos abriram janelas tecnológicas, para enxergarmos, pela curiosidade e imaginação, a beleza de um passado que nos educa no tempo que se chama hoje”. Para os grandes museus, as visitas virtuais não são uma novidade, pois eram disponibilizadas nos sites das instituições ou em plataformas como o Google Arts & Culture, antes mesmo do estado de calamidade provocado pela pandemia do novo coronavírus.

Dando continuidade a série sobre experiências culturais no período da pandemia, a Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura e Educação, através do Setor Bens Culturais, apresenta sugestões de visitas e exposições virtuais, além de ações educativas promovidas em alguns museus no Brasil e no mundo.

 

VISITAS VIRTUAIS:

Visita 360º a Basílica de São Francisco de Assis (Assis/Itália): https://www.sanfrancescopatronoditalia.it/basilica/

Museu da Misericórdia (Salvador/BA): https://tourvirtual.santacasaba.org.br/

Museus ligados ao Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM): o tour virtual em diversos museus do Brasil pode ser feito através do projeto ERA VIRTUAL http://eravirtual.org/

Museu Imperial (Petrópolis/RJ): http://museuimperial.museus.gov.br/servicos-online/tour/visita-interativa.html

Museu do Louvre (França): https://www.louvre.fr/en/visites-en-ligne

EXPOSIÇÕES VIRTUAIS (SITES E REDES SOCIAIS):

Museus do Vaticano: projeto “A Beleza que Une”, com obras-de-arte das coleções vaticanas acompanhadas por reflexões dos papas no Instagram @VaticanMuseums

Galeria Uffizi (Floreça/Itália): https://www.uffizi.it/mostre-virtuali

Museu do Prado (Madri/Espanha): https://www.museodelprado.es/en/the-collection/art-works

Museu de Arte Sacra de São Paulo: diversas ações promovidas no perfil do Instagram do MAS @museuartesacra

Museu do Café (São Paulo/SP): http://www.museudocafe.org.br/c/exposicoes/virtuais/

AÇÕES EDUCATIVAS:

Museu de Arte Sacra de Mato Grosso: lives e conteúdos informativos no Instagram (@museudeartesacramt), com temas relacionados a educação, história, arte, arquitetura e patrimônio.

Catálogos do Museu de Sant’Ana e do Museu do Oratório disponíveis em PDF: https://icfg.org.br/tipo-publicacao/instituto-cultural-flavio-gutierrez/

Catálogos Museu de Arte Sacra de São Paulo: https://issuu.com/museudeartesacra

[1] Do grego Mouseion, denominação dada ao templo das nove musas, filhas de Zeus e Mnemosine, divindade da memória. Às musas era atribuída a capacidade de inspirar a criação artística ou científica.

Texto: Dra. Taciane Barros, diretora da Fundação Instituto Feminino da Bahia.

Foto: Arquivo da Fundação Instituto Feminino da Bahia.

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