Nos dias 19 e 20 de setembro de 2019, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), este reunida a Comissão Episcopal Pastoral para Cultura e Educação (CEPCE) para avaliação da proposta de projetos do quadriênio 2020 – 23. Na oportunidade, foi feita uma análise de conjuntura da educação no país, foram apresentadas as propostas de projetos dos setores específicos à luz das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), e foram tratados dos assuntos mais abrangentes da comissão.

Análise de Conjuntura

Feita pelo Dr. Melilo Diniz, analista do Portal Inteligência Política, a análise de conjuntura situou os bispos e assessores nas contradições emergidas no âmbito da educação, nos últimos tempos, por meio do contingenciamento de verbas, processo de militarização das escolas, novas políticas e programas governamentais para a Educação Básica e Superior, mudanças provocadas pelas construções demográficas do país, e as limitações ao exercício da filantropia no campo da educação, entre as quais se incluem as nossas IES e Escolas Católicas, diante da recente Proposta de Emenda à Constituição (PEC Paralela).

O estudo dos censos de educação e análises de conjuntura política tem servido à Comissão Episcopal para subsidiar decisões estratégicas do trabalho pastoral nos ambientes de cultura e saber. Para D. João Justino, presidente da CEPCE, “Foi de consenso que a principal tarefa da Comissão pode ser sintetizada nos verbos “pensar” e “servir”. Não podemos abrir mão do exercício de pensar de modo construtivo e crítico a cultura e a educação. Como consequência precisamos nos situar nesses âmbitos para servir à luz dos valores de nossa tradição cristã”.

 

Avaliação dos projetos

A elaboração dos novos projetos que irão compor o Plano do Secretariado Geral do novo quadriênio foi feita, a partir da leitura das informações do setores específicos (dispositivos, processos e resultados pastorais) contidas no Relatório de Gestão (2015.2 – 2019.1), da análise crítica dos projetos do quadriênio passado, das indicações dos colaboradores do Setor Universidades e Educação hauridas do II Seminário da Ação Evangelizadora, acontecido 08 e 09 de fevereiro, em Brasília –DF, além da proposta das comunidades eclesiais missionárias, no contexto das novas territorialidades, apresentadas nas novas DGAE (2019.2 – 2023.1).

Todo este trabalho foi balizado pela análise do momento político, no campo da educação e da cultura, além das observações dos bispos e assessores acerca da conjuntura eclesial do país e do pontificado do Papa Francisco. Acerca da tarefa de oferecer uma resposta pastoral aos novos desafios dos ambientes de cultura e saber à luz das novas DGAE, reflete D. Vicente de Paula, bispo referencial do Setor Cultura, “nosso empenho em anunciar o Evangelho de Jesus, num contexto cada vez mais urbano, deve ser feito com diálogo e criatividade para a promoção da cultura da vida”.

Tendo sido aperfeiçoado pelas observações dos membros da CEPCE, o trabalho prosseguirá por mais duas fases, cujo desdobramento identificará as atividades e os orçamentos de cada setor para o ano de 2020. O resultado final será apresentado pelo presidente da Comissão Episcopal para o Conselho Permanente, entre 26 e 28 de novembro.

Abrangência da CEPCE

A Comissão Episcopal Pastoral para Cultura e Educação é composta de cinco setores, quais sejam, Educação, Universidades, Ensino Religioso, Cultura e Bens Culturais. D. João Justino, presidente da CEPCE e arcebispo de Montes Claros, é coadjuvado por quatro bispos em setores específicos: D. Paulo Cezar, bispo de São Carlos – SP e referencial para o Setor Universidades, D. Dimas Lara, arcebispo de Campo Grande – MS e referencial para o Setor Ensino Religioso, D. Vicente de Paula, bispo auxiliar da arquidiocese de Belo Horizonte – MG e referencial para o Setor Cultura, e D. Gregório Paixão, bispo da diocese de Petrópolis e referencial dos Bens Culturais. O mesmo presidente é também bispo referencial do Setor Educação.

Nesta reunião, o presidente da CEPCE, D. João Justino, refletiu ainda acerca das atividades mais abrangentes da comissão, das quais participarão os cinco setores em conjunto, a exemplo do encontro dos colaboradores nacionais que será promovido, em fevereiro. Na sequência, o presidente refletiu acerca dos relacionamentos institucionais nacionais e internacionais, estabelecidos com os organismos relacionados e vinculados à Conferência Episcopal. Também, ainda, o arcebispo mineiro apresentou as atribuições dos bispos referenciais e assessores nacionais, a partir de texto do Estudo 112 da CNBB, Setor Universidades da Igreja no Brasil: Identidade e Missão. Segundo o estudo, o bispo referencial nacional representa a colegialidade dos bispos num âmbito específico, a exemplo da educação ou bens culturais, e, possui a tarefa de oferecer os critérios pastorais para a atuação das expressões eclesiais e bispos referenciais regionais, nos referidos ambientes.

 

 

 

 

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