Grupos de pesquisa, programas acadêmicos, atividades de extensão, ações comunitárias e inserção de conteúdo de ecologia integral nos componentes curriculares, estão entre as atividades da Agenda Universidades e Amazônia 2019-2029 lançada, dia 25 de março, no V Congresso Nacional de Educação da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) para o ambiente acadêmico (ensino, pesquisa e extensão). Um projeto que vem sendo desenvolvido em parceria pelas Comissões Episcopais para a Cultura e a Educação e para a Amazônia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), o Observatório de Justiça Socioambienal Luciano Mendes de Almeida (OLMA) e a ANEC desde a publicação da Encíclica Laudato Si, do papa Francisco em 2015.

A iniciativa propõe alguns objetivos e metas que podem ser cumpridos pelas Instituições de Ensino Superior (IES), confessionais católicas ou não pelo país, na formação de uma comunidade universitária, no comprometimento com a Igreja na Amazônia, através da responsabilidade social com o bioma amazônico.

De acordo com o arcebispo de Montes Claros (MG) e presidente da Comissão Episcopal para a Cultura e a Educação da CNBB, dom João Justino de Medeiros, além do principal objetivo de pautar a temática socioambiental no âmbito universitário. Essa Agenda quer envolver toda a comunidade acadêmica, pensando colaboradores, direção e funcionários.

Dom João Justino de Medeiros. Foto: Matheus Oliveira/CNBB

“Às vésperas do sínodo da Amazônia o objetivo é criar espaço para que em nossas faculdades e universidades para que o cuidado com a Casa Comum seja uma referência para os estudos aí nas mais diferentes graduações, pós-graduações, cursos”, destaca.

De acordo com a REPAM, Agenda Universidades e Amazônia 2019-2029 teve inspiração nas preocupações ambientais que o papa apresentou na encíclica Laudato Si, e foi idealizada com base na metodologia que inspirou a construção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) a serem implementados por todos os países do mundo até 2030. Essas ações buscam a aplicação do documento no ambiente educativo revertendo o conteúdo em ações concretas em comunidades amazônicas.

Para o assessor do Setor Universidades da CNBB, padre Danilo Pinto, “a Agenda Universidades e Amazônia propõe dois movimentos, quais sejam, inserir a proposta da ecologia integral nas dinâmicas do Ensino Superior, e favorecer o direcionamento das tecnologias de cuidado que foram desenvolvidas, a partir de Laudato Sí, no enfrentamento das questões ambientais locais para a resolução das questões ambientais da Amazônia”. 

O subsídio que reúne todo o conteúdo da Agenda traz os objetivos de aplicabilidade da Laudato Si a serem desenvolvidos pelas IES Católicas, num prazo de dez anos. Conforme a Encíclica, é importante “reordenar os itinerários pedagógicos duma ética ecológica, de modo que ajudem efetivamente a crescer na solidariedade, responsabilidade e no cuidado apoiado na compaixão” (LS, 210).

Todo o conteúdo está organizado em 6 dimensões: no Ensino, na pesquisa, na extensão, com professores e colaboradores, com a comunidade e na pastoral, e a proposta é incluir e ampliar a pauta da responsabilidade socioambiental como um compromisso de vida para todos e para as futuras gerações.

“A formação humana e profissional só tem sentido se for inspirada nos princípios do humanismo solidário”, desta o prefácio subsídio da Agenda Universidades e Amazônia 2019-2029.

Tags: